De acordo com Reich, muitos psicanalistas de sua época tentavam explicar a cultura e a história humana com base nas pulsões[1] inatas do ser humano. Estes psicanalistas partiam da premissa que fundamentalmente são as pulsões com as quais o ser humano nasce que determinam a dinâmica e a organização social. Para eles, entender os valores e o caráter humano permitiria compreender o mundo. Portanto, como a sociedade também apresenta aspectos doentios e destrutivos, isso se deveria ao fato de que o ser humano já nasce com pulsões doentias e destrutivas dentro de si e que estas pulsões seriam as responsáveis pela sociedade ser como é. O mais eminente defensor desta linha de pensamento foi Freud, o qual postulou a chamada “pulsão de morte”, segundo a qual o ser humano já nasceria com uma propensão que o impeliria, em última instância, à própria destruição.
Para Reich, essa ideia não corresponde à realidade.